Shantala
Shantala é uma prática muito valorizada na Índia. Seu nome se deve ao médico francês Frédérick Leboyer, que observou e registrou os detalhes da massagem que a indiana Shantala fazia habitualmente em seu bebê, Gopal, na década de 70.
Além de promover o crescimento saudável do bebê, Shantala estreita a conexão mãe/pai e filha/o, dando à criança uma auto-confiança e segurança, trazendo inúmeros benefícios para toda sua vida.
A Shantala confere ao indivíduo uma maior estabilidade emocional: o adulto que recebeu Shantala tem a tendência de se relacionar mais facilmente com os outros, e de estabelecer relações mais leves e maduras.
Além disso, a Shantala garante a boa circulação sanguínea no corpo, aumenta a força muscular, a resistência e ajuda na fortalecimento do sistema nervoso da criança.
Enquanto os movimentos da massagem conferem prana à criança, os óleos mornos conferem ojas e tejas, que se traduz em um indivíduo com uma imunidade alta (ojas), grande inteligência (tejas) e muita força vital (prana).
É uma grande oportunidade que nós, adultos, temos de oferecer às crianças. É dito que a prática regular da Shantala é capaz de quebrar padrões muito antigos e construir padrões saudáveis no corpo sutil da criança, tornando-a um adulto mais saudável física, emocional e espiritualmente.
Como fazer
Lembre-se de tirar anéis, pulseiras e relógio e de conferir se suas unhas estão curtas para não ferir a pele sensível do bebê.
A Shantala deve ser feita em um ambiente calmo, com luz reduzida e temperatura agradável. Se optar por um som, busque mantras sattvicos, que elevem o padrão vibracional do ambiente. Na Kundalini Yoga, temos mantras especiais para o bebê ouvir desde os primeiros dias de vida, ainda na barriga da mamãe.
Sente-se sobre um colchão ou almofada no chão, com as pernas estendidas à frente, costas retas, alinhadas, ombros relaxados. Uma boa ideia é colocar uma almofada baixa nos ísquios e/ou na parede, na altura da lombar. Seu conforto é fundamental para que a entrega à massagem seja absoluta.
Prepare-se para não ter interrupções, esse momento é só de vocês. A Shantala dura aproximadamente 30 minutos.
Mantenha o óleo levemente aquecido ao alcance de suas mãos. Use um óleo puro, 100% vegetal, levemente aquecido. Pode ser o óleo de gergelim, girassol, camomila, calêndula, amêndoas doces, oliva, coco. Preste atenção apenas ao poder refrescante de alguns, que pode causar desconforto. Em bebês recém-nascidos, até uns 18 meses, eu prefiro usar o óleo de camomila ou o de calêndula. O Bala Ashwagandha Taila é um óleo ayurvédico, medicado com ervas, que é muito usado na Shantala para potencializar os benefícios relacionados à força muscular e ao sistema circulatório da criança.
Deite o bebê sobre as suas pernas, com a barriga para cima. Comece os movimentos, gentil e suavemente, sentindo profundamente as sensações e anseios do bebê. Atenda-os com carinho. O passo-a-passo da Shantala será em breve publicado aqui.
Quando fazer (e não fazer)
A massagem pode ser feita em qualquer hora do dia, mas não imediatamente após ter sido alimentado, ou quando o bebê estiver com fome ou agitado. O estômago dele não deve estar totalmente vazio, mas também não cheio. Se conseguir identificar um padrão no horário nas cólicas, fazer a massagem um pouco antes do previsto,, para já amenizar essas dores.
A Shantala deve ser realizada somente quando o bebê estiver disposto. Não massageá-lo se ele estiver com febre, diarréia, cólicas, se tiver tomado vacina ou mesmo se estiver com muito sono.
Se perceber o bebê muito impaciente, choramingando, você deve interromper a prática, para retomá-la em um momento mais oportuno.
De acordo com Ayurveda, a shantala deve continuar até que a criança atinja idade suficiente para realizar a auto-massagem, ou Abhyanga, o que é uma prática muito comum entre os adultos na Índia.
Vale a pena assistir!
A Editora Ground disponibiliza para os seus leitores o vídeo original da massagem filmada na índia pelo médico francês Frédérick Leboyer, que a indiana SHANTALA aplicava no seu bebê Gopal na década de 70.
Note a profundidade da relação entre mãe e filho que a Shantala proporciona. É como se o tempo parasse e só existisse aquele momento. O aqui. O agora. A verdadeira prática da yoga!